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Fazemos das Tripas Coração

O Porto fechou-se para festejar o São João.

Naquela que é habitualmente a noite mais longa da cidade e de uma forma arrepiante, o Porto deu um exemplo solidário de civismo neste São João.

“Porque acredita no futuro, é capaz de sacrificar o seu presente.
Esta não é uma cidade qualquer. Aqui, cerramos os dentes, fazemos das tripas coração.
Somos assim. Ponto.”

Fotos de Miguel Nogueira

A CMP marcou ainda o momento com a partilha de um poema de Jorge de Sena:
 
Metamorfose
 
“Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta, 
assim de névoa acompanhando o rio.
 
Estou tão longe da margem que
as pessoas passam
e as luzes se reflectem na água.
 
E, contudo, a margem não pertence ao
rio
nem o rio está em mim como a torre
estaria
se eu a soubesse ter…
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
que eu quero uma torre tão alta que
as aves não passem
as nuvens não passem
tão alta tão alta
que a solidão possa tornar-se humana.”
 
Jorge de Sena

A origem da expressão "fazer das tripas coração"

É desconhecida a sua origem ao certo e quando surgiu a frase “fazer das tripas coração”, usada quando alguém consegue resistir a uma adversidade mais do que se supunha possível. Mas é fácil entender o que a expressão significa.

É claro que as tripas, ou intestinos, são muito importantes para qualquer organismo. Mas não se comparam às funções do coração, órgão responsável pela circulação do sangue, que transporta oxigênio e nutrientes para as células.

Assim, “fazer das tripas coração” é realizar um esforço sobre-humano, apenas comparável ao de pegar nas tripas, com as suas funções bem mais limitadas, e conseguir que elas assumam a importância que tem o coração.

A origem das festas populares de São João

O São João do Porto é uma festa popular que tem lugar de 23 para 24 de Junho.

Oficialmente, trata-se de uma festividade católica em que se celebra o nascimento de São João Batista, que se centra na missa e procissão de São João no dia 24 de Junho, mas a festa do S. João do Porto tem origem no solstício de Verão e inicialmente tratava-se de uma festa pagã. As pessoas festejavam a fertilidade, associada à alegria das colheitas e da abundância. Mais tarde, à semelhança do que sucedeu com o Entrudo, a Igreja cristianizou essa festa pagã e atribui-lhe o S. João como Padroeiro.

Trata-se de uma festa cheia de tradições, das quais se destacam os alhos-porros, usados para bater nas cabeças das pessoas que passam, os ramos de cidreira (e de limonete), usados pelas mulheres para pôr na cara dos homens que passam, e o lançamento de balões de ar quente. Tradicionalmente, o alho-porro era um símbolo fálico da fertilidade masculina e a erva cidreira dos pelos púbicos femininos. A partir dos anos 70, foram introduzidos os martelos de plástico que desempenham o mesmo papel do alho-porro. Nos anos 70, nas Fontaínhas, vendia-se ainda, na noite de S. João, pão com a forma de um falo com dois testículos, atestando muito claramente as conotações da festa com as antigas festas da fertilidade. Existem, ainda, os tradicionais saltos sobre as fogueiras espalhadas pela cidade, normalmente nos bairros mais tradicionais; os vasos de manjericos com versos populares são uma presença constante nesta grande festa e o tradicional fogo de artifício à meia-noite, junto ao Rio Douro e à ponte D. Luís I. O fogo de artifício chega a durar mais de 15 minutos e decorre no meio do rio em barcos especialmente preparados, sendo acompanhado por música num espectáculo multimédia.

Além de tudo isto, existem vários arraiais populares por toda a cidade do Porto especialmente nos bairros das Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre outros. Nos arraiais, normalmente, existem concertos com diversos cantores populares acompanhados, quase sempre, por comida, em especial, o cabrito assado e mais recentemente grelhados de carnes e também sardinhas. A festa dura até às quatro ou cinco horas da madrugada, quando a maior parte das pessoas regressa a casa. Os mais resistentes, normalmente os mais jovens, percorrem toda a marginal desde a Ribeira até à Foz do Douro onde terminam a noite na praia, aguardando pelo nascer do sol.

Não se conhece com rigor quando teve início a festa do S. João do Porto. Sabe-se, pelos registos registos do Séc XIV, já que Fernão Lopes, por essa altura se terá deslocado ao Porto para preparar uma visita do Rei, tendo chegado na véspera do S. João, deixou escrito na Crónica que era um dia em que se fazia no Porto uma grande festa, descrevendo-a e como era vivida pelas gentes do Porto.

É no entanto possível que essa festa fosse mais antiga, pois existia uma cantiga da época que dizia até os moiros da moirama festejam o S. João.

Era também no dia de S. João que a Câmara Municipal do Porto se reunia em Assembleia Magna, que corresponderia à actual Assembleia Municipal, reunião essa realizada no Claustro do Mosteiro de S. Domingos, pelo seu grande espaço, onde se procedia à eleição dos Vereadores e onde se tomavam as decisões mais importantes para a cidade.

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