Precedeu-os a relativa fama, o proveito de uma tour europeia com os conterrâneos Fontaines DC, e a escuta atenta dos – já – inúmeros convertidos: os irlandeses Just Mustard (que imaginamos que são mais uma na longa linhagem de bandas cujos nomes são decididos, por exemplo, num pub à volta de um petisco) por cá passaram, por escolha dos cada vez mais fundamentais Suspeitos, para um concerto n’ O Mouco Porto – um conceito, chamemos-lhe isso, já a revelar-se incontornável no circuito de espectáculos de pequena/média dimensão na cidade. E pequenos/médios os Just Mustard não foram.
Muito jovens que são, decidem atingir o alvo, o público, o público-alvo, directamente nos ‘soft-spots’ de uma deliquescência urbana, nocturna, e dançável mesmo assim – como nos velhos clubes noir/goth. Não são banda para crescendos, cada canção diz ao que vem quase imediatamente, e os refrões são anti-refrões e um trabalho notável de inversão de expectativas – estão lá, mas não estão lá. A bateria de Shane Maguire nunca chega a ser polirrítmica, mas vive em contra-tempo. A tensão consiste nisto, e os Just Mustard trabalham a tensão com músculo e oxigénio suficiente para os intervalos em que respirar é permitido. Porque é visível que o objectivo é, aqui e ali… serem som de, e motivo de, aflição.
A voz de Katie Ball, já terá sido dito por todo o lado, lembra Alison Shaw, dos Cranes; mas ninguém pode acusá-la de emulação quando grita as letras como uma menina furiosa (também não ficámos demasiado impressionados com as comparações, p.ex., das vozes de Jehnny Beth, dos Savages, e de Siouxsie Sioux).