Os portuenses que saíram de casa no dia 25 para trabalhar depressa voltaram para ligar a rádio, rápidamente uma multidão se juntou na Baixa em frente a Câmara e aos jornais.
O Comércio do Porto tinha um placard com notícias de última hora à porta, das poucas formas de estar na rua e ter acesso às novidades.
“No início houve algum temor e tibieza na confrontação. Havia uma presença espontânea nas ruas. Depois, a desconfiança começou a desaparecer e as pessoas tomaram a rua como sua, com a certeza crescente de que o fascismo tinha caído e de que se podia estar na rua de forma livre e espontânea, expressando a raiva contida durante 48 anos”
“Houve alguma indefinição na Baixa. A PSP teve uma posição inicial de confronto. O que se notava nas pessoas era uma espécie de bomba prestes a explodir. Aquela gente, que esteve uma série de anos habituada a olhar para as esquinas à espera de aparecer a polícia a carregar, de repente percebeu que o dono da rua era o povo”, descreveu Honório Novo à Lusa