Casa São Roque Art Center
R. São Roque da Lameira 2092, 4350-307 Porto
A história da Casa São Roque no Porto (antiga Casa Ramos Pinto) remonta a 1759, altura em que, fazendo parte da Quinta da Lameira, funcionou como mansão e pavilhão de caça, como era típico na burguesia e nas famílias nobres do Porto. No século XIX, pertenceu à família de Maria Virginia de Castro, que em 1888 se casou com António Ramos Pinto, um dos mais conhecidos produtores e exportadores de vinho do Porto. Pouco tempo depois, entre 1900 e 1911, ele encomendou ao arquitecto José Marques da Silva a remodelação e expansão da casa, ao mesmo tempo que Jacinto de Matos desenhou o jardim. Em 1979, a toda a quinta e a casa foram adquiridas pela Câmara Municipal do Porto ao último dono, António Eugénio de Castro Ramos Pinto Cálem, neto de Maria Virginia e António. A mobília e os objectos mais importantes da casa foram preservados e ainda hoje estão em uso na colecção da Casa do Roseiral, enquanto o remanescente foi adquirido pela negociante de antiguidades Aurora Rodrigues Martins. O edifício mantém hoje o seu original estilo ecléctico, introduzido com a remodelação de Marques da Silva, que se inspirrou nos historicismos franceses do século XIX e na art nouveau belga, tendo sido recentemente reabilitado sob a supervisão do arquitecto João Mendes Ribeiro.
A Casa São Roque é hoje um exemplar marcante das casas da época no Porto, pela suas caraterísticas arquitetónicas e decorativas onde o seu jardim de inverno é um exemplar único.
🔹Experiência arquitetônica única com entrada para os jardins.
🔹Confirmação imediata
R. São Roque da Lameira 2092, 4350-307 Porto
19 de Fevereiro a 30 de Setembro, 2023
18h00 – 21h30
Casa São Roque – Centro de Arte
Rua São Roque da Lameira 2092, Porto
Para a sua exposição individual Acrónica e à solta, Emily Wardill apresentará os seus trabalhos dos últimos catorze anos até aos dias de hoje – refletindo sobre conexões e dissonâncias dentro delas e o papel que o imaginário desempenha no nosso relacionamento com o mundo material.
Game Keepers without Game (Guarda-caças sem Caça) (2009) é apresentada juntamente com o seu último trabalho cinematográfico Night for Day (Noite pelo Dia) (2020), ambos usando a conjectura familiar para falar de mudanças geracionais na ideologia e da estranha membrana bidireccional entre nós e os objectos modelados à nossa imagem. Estendendo esta influência para a arquitectura da Casa São Roque, Wardill espalha objectos que oscilam entre ser adereços, símbolos de status, evidências de crime e restos fictícios. Executada especialmente para esta exposição, a nova obra Sleep Patterns and Musical Chairs (Padrões de Sono e Jogo das Cadeiras) (2023) leva o imaginário do estado-nação – projetando os padrões que os faróis dos carros fazem em nosso teto à noite em três das salas, enquanto interpretações musicais instáveis de hinos atravessam as paredes (tocadas ao piano por Daniel Bernardes). A arquitetura da Casa São Roque torna-se uma parte da obra através dessas luzes em movimento acidental. Uma série de esculturas em relevo Through the Walls (Através das Paredes) (2016) se revela enquanto caminhamos pela exposição: A House (Uma Casa), Noh Costume, Polar Bear Cub (Filhote de Urso Polar) – tudo retirado dos títulos de peças de origami. Na série Children or Animals (Crianças ou Animais) as imagens não respeitam os limites do enquadramento convencional – assim como as paredes podem ser atravessadas como se fossem digitais. I gave my love a cherry that had no stone (Dei ao meu amor uma cereja sem caroço) (2016) foi filmado com um drone que se fazia passar por humano e por um humano que se fazia passar por um drone. Somos conduzidos para o corpo do bailarino David Marques que se tornou indistinguível de um corpo digital, e que se move no espaço como se fosse CGI (imagens geradas por computador). A exposição, como a própria casa – assenta-se em histórias imaginando futuros – tudo planeando uma rota de fuga do tempo em que se encontra. Tudo acrónico e à solta.
Emily Wardill nasceu em Rugby, na Inglaterra em 1977 e estudou na Central St. Martins College of Arts and Design em Londres. Em 2010, Wardill recebeu o Prêmio Jarman, em 2011 o Philip Leverhulme Prize e em 2021 o Prêmio EMAF. Expôs individualmente no Rialto 6 (Lisboa, 2022), Secession (Viena, 2020), Museu Calouste Gulbenkian (Project Spaces) (Lisboa, 2017), INDEX (Estocolmo, 2014), de Appel (Amesterdão, 2012), The MIT List Visual Arts Centre (Boston, 2010), ICA (Londres, 2008), entre outros. Seu trabalho foi incluído em exposições coletivas na Serpentine Gallery, Londres; Tate Britain, Londres; Witte de With, Roterdã; MUMOK, Viena; Hayward Gallery, Londres; MOCA, Miami; bem como em muitos festivais de cinema, incluindo Berlinale (Forum Expanded) e Oberhausen Film Festival. Em 2011 participou da 54ª Bienal de Veneza (International Art Exhibition ILLUMInations) e em 2014 da 19ª Bienal de Sydney. A sua prática decorreu paralelamente com muitos anos de ensino de arte a nível universitário e será discutida no seu actual projeto de doutoramento The Imagined Image na Malmö Art Academy. Acrónica e à solta é a sua segunda exposição individual no Porto depois de A Terceira Pessoa, organizada por Nathalie Ahbeck e Luisa Mota no Artes em 2012, que foi uma residência e também a sua primeira passagem por Portugal. Chegou pela primeira vez a Lisboa, onde vive desde 2014, através de uma exibição organizada pela Kunsthalle Lissabon no Cinema Nimas com o seu filme Fulll Firearms.
A nova obra Sleep Patterns and Musical Chairs (Padrões de Sono e Jogo das Cadeiras) foi produzida com o programa da Fundação ”la Caixa”, Apoio à Criação’22: Produção.
Curadoria de Barbara Piwowarska
O Jardim, de feição oitocentista, é marcado por pequenos canteiros de forma irregular que certamente reuniram uma coleção de herbáceas e pequenos arbustos de flor. Na parte nascente, dominam os canteiros de maior dimensão, que podem ter acolhido arbustos e árvores para ornamento e abrigo do sol que no Verão brilha impiedosamente do sul. Estes canteiros envolviam um pequeno lago de forma irregular, e o conjunto contribuiria para a tão necessária amenidade climática. No ângulo sudoeste, um pavilhão-miradouro, em posição alteira, permitiria desfrutar de desafogadas vistas para as terras de lavradio e para os amplos e férteis vales dos estreitos rios Tinto e Torto, antes de desaguarem no espraiado Douro.
O Jardim do Parque de São Roque, com mais de 4 hectares, teve uma intervenção do jardineiro histórico do Porto Jacinto de Matos e as suas cerca de 200 camélias, mirante, gruta e caramanchão permanecem como sinais importantes dos jardins da época.
Rua São Roque da Lameira 2092 4350-317 Porto
13h30 - 19h00 (de outubro a março) 13h30 - 20h00 (de abril a setembro) Encerrado: Todas as terças-feiras