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E uma atividade específica, que atrai um público cada vez maior, pode ajudar a trazer essa história à superfície — metaforicamente, é claro.
O mergulho em naufrágios oferece uma oportunidade única de explorar os cemitérios subaquáticos que testemunham o passado marítimo do país e seus tesouros perdidos. De embarcações antigas aos naufrágios mais recentes, cada navio afundado conta uma história à espera de ser descoberta.
Histórias a desvendar na costa portuguesa
Naufrágios são como cápsulas do tempo, uma vez que preservam fragmentos do passado em zonas de difícil acesso. Em suas viagens às profundezas, os mergulhadores podem desvendar os segredos dessas relíquias submersas. Mas o cenário permanece onde está: carcaças corroídas pelo tempo, consumidas pela natureza.
Seja um submarino da Segunda Guerra Mundial ou um vapor do século XIX, cada naufrágio oferece um vislumbre de uma época. Com uma exploração cuidadosa, os mergulhadores podem complementar os documentos de cada período e contribuir para a preservação da história.
Os aventureiros mais abnegados podem viver perto desses locais e visitá-los com frequência. Sites como o Rentola in Portugal oferecem uma grande variedade de imóveis de diferentes tipos em todas as regiões do país.
No entanto, para quem deseja matar a curiosidade em viagens curtas, basta escolher o destino ideal e iniciar os preparativos. Hoje em dia, há serviços voltados especialmente para isso — e diversos projetos para movimentar o mercado de mergulhos em naufrágios na costa portuguesa.
Os “museus submarinos” de Portugal
Ao longo da costa de Portugal, uma infinidade de locais de mergulho em naufrágios aguarda a chegada dos mergulhadores. Do Algarve aos Açores, essas espécies de museus subaquáticos guardam artefatos e histórias.
A seguir, estão algumas das principais opções para viver essa experiência sem sair do país.
Açores
Nos Açores, é possível conhecer os restos do Dori, um Liberty-Ship dos EUA que participou da Segunda Guerra Mundial. Em 1964, ele naufragou a 800 metros da costa de Ponta Delgada. Hoje, é uma atração incrível para praticantes de mergulho noturno, fotografia subaquática e snorkelling. Da popa à proa, costuma estar rodeado de peixes.
Outra opção nos Açores é o Naufrágio Terceirense. O navio português, com cerca de 40 metros, naufragou próximo ao Porto da Praia, a apenas 21 metros de profundidade. Por isso, tornou-se um recife artificial de fácil acesso — apenas 15 minutos de barco a partir do porto. Costuma estar rodeado de garoupas, moreias e outras espécies de peixes.
Madeira
Na Madeira, há dois ótimos spots de mergulho em destroços de navios. E o melhor é que podem ser visitados num único passeio pela costa da Ilha Dourada.
Os navios Madeirense e Corveta General Pereira D’Eça foram afundados, respectivamente, em 2000 e em 2016. Ou seja, submergiram há pouco tempo, na comparação com os navios mencionados nos Açores. Porém, a natureza é implacável. E ambas as carcaças se tornaram recifes artificiais rapidamente.
Neste caso, os afundamentos ocorreram de forma proposital, com o objetivo de incentivar o turismo na região do Porto Santo. E isso só demonstra o apelo que os cenários formados pelos destroços e pela vida marinha tem junto aos fãs de mergulho. Desde então, não faltam pessoas interessadas em viajar à região para viver essa experiência.
Norte
No norte de Portugal, há dois pontos de naufrágio especialmente famosos entre os mergulhadores — ambos com histórias interessantes por trás.
O submarino U-Boat 1277 foi um submarino alemão afundado propositalmente para que seus tripulantes pudessem alcançar as águas de um país neutro, menos de um mês após a rendição aos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Seus destroços jazem a 30 metros de profundidade ao largo da Praia do Cabo do Mundo, em Matosinhos. A cidade, aliás, é muito conhecida pela ligação com o mar, incluindo a prática do surf.
Para quem procura uma história mais antiga, há os destroços do “Navio do Norte”, em Vila Chã. Apesar do apelido que recebeu da comunidade local, este seria o Tiber, um vapor naufragado no século XIX. A carga de canhões foi perdida — e não houve sobreviventes. A carcaça está a 33 metros de profundidade, rodeada de congros, polvos e outros animais.
Algarve
O Algarve é especialmente rico em destroços de navios. As grutas de Sagres, por exemplo, albergam muitas carcaças de vapores e outros navios da marinha portuguesa. Na região, forte em turismo, também é comum o afundamentos de navios para estimular o turismo. Em 2007, por exemplo, foram afundados quatro navios desactivados ao largo de Portimão.
Algumas das opções mais conhecidas incluem:
⦁ Nordsoen: Naufragado em 1917 (durante a Primeira Guerra Mundial), este navio dinamarquês está entre os 6 a 8 metros de profundidade, a 60 minutos de barco da costa de Sagres.
⦁ Ocean: Navio francês naufragado em 1759, junto às fortalezas do Zavial e São Luís de Almádena, está a cerca de 50 minutos da costa, entre os 6 a 9 metros de profundidade.
⦁ Wilhelm Krag: Vapor norueguês atingido por um submarino alemão em 1917, na mesma noite em que o Nordsoen foi afundado. Está a 40 minutos de barco da Praia da Luz, a uma profundidade de 28 a 34 metros.
E não são apenas navios que naufragaram no Algarve. Uma atração notável na região são os restos de um bombardeiro americano B-24, que caiu ao mar em uma noite de novembro de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial.
