
Não sou como a figueira
Na cozinha, por mais pequena que seja, cabe sempre mais um. Na cozinha, os cheiros são memórias, os gestos um arquivo do corpo. Na cozinha, é onde toda a gente quer estar, mesmo quando não tem nada para fazer. Na cozinha, – vão lá para dentro que eu já vou – encontram-se gerações, – saiam-me daqui, que me atrapalham – aprendem-se segredos ancestrais, – não destapes isso que me estragas o cozido – e pratica-se o cuidado, – vão indo, que eu vou já.
Em “Não sou como a figueira”, durante o tempo de cozedura de uma sopa, encontram-se três gerações de mulheres. Entre conversas, prepara-se a comunicação de uma decisão inesperada. Naquela cozinha cheia de mulheres tão diferentes, cabem todas as formas de olhar para o mundo.
Não sou como a figueira