
AS CADEIRAS – TEATRO CARLOS ALBERTO
As Cadeiras (1952) foi a terceira peça do dramaturgo franco-romeno Eugène Ionesco, depois de A Cantora Careca e A Lição. É com ela que o encenador romeno-húngaro Gábor Tompa regressa ao São João, depois de ter levantado um Godot de Beckett em 2021 e apresentado Prometheus ‘22 no âmbito da mostra Finisterra. Numa sala decrépita, a cada entardecer, um casal de velhos ocupa o tempo contando-se a mesma história, a da vaga lembrança de uma viagem a Paris. Instigado pela Velha, o Velho decide contratar um Orador e através dele transmitir à humanidade uma mensagem que há muito guarda. “Farsa trágica”, segundo Ionesco, nela transitam a nostalgia da infância, a culpa e o remorso, o terror da velhice e da morte. Mas As Cadeiras é ainda assim uma comédia, convocando o riso pelo burlesco e pelos jogos de palavras, onde a linguagem é uma manifestação do sem-sentido. E onde um bailado de cadeiras vazias remete para o nosso vazio existencial.
FICHA ARTÍSTICA
de Eugène Ionesco
encenação Gábor Tompa
dramaturgia Florian Hirsch
cenografia e figurinos Dragos Buhagiar
desenho de luz Daniel Sestak
música e efeitos sonoros René Nuss
assistência de encenação Maximilien Ludovicy, Maria Binica
direção de produção Antonia Kohler
interpretação Oana Pellea, Patrick Le Mauff
produção Théâtre National du Luxembourg
apoio Instituto Francês do Luxemburgo, Embaixada Romena no Luxemburgo, Centro Cultural Romeno em Bruxelas
AS CADEIRAS – TEATRO CARLOS ALBERTO