A Voz e A Alma – Coliseu do Porto
Encenação e interpretação: Maria João Luís
Direção musical: Hélder Moutinho e músicos
Textos: João Monge
Será o fado-destino a matéria espiritual a ditar o encontro destas três personalidades criativas tão singulares? Será esta arte, nascida de forma espontânea nos bairros populares lisboetas, o tempero imprescindível da nossa passagem pela vida? Expressão de liberdade e intervenção, o fado encontra no teatro um fraterno aliado, que o ajuda a definir-se em duas formas complementares: o fado cantado e o fado falado.
A fusão entre a voz de todas as cores de Hélder Moutinho, e as emoções povoadas de palavras, delicadamente ditas por Maria João Luís, catalisam a poesia ímpar de João Monge, e abrem os portões de regresso a uma abordagem pura e ancestral: o fado da verdade. E é daqui que parte o voo planado deste espetáculo, alicerçado nos antípodas de todas as intelectualidades, porque este é o tempo de suprimir a cultura descartável, para deixar espaço à sublimação, ao feitiço encantatório duma intuição poética transcendente.
A união do fado ao teatro, em forma de difusão da poesia e literatura
portuguesa, onde além da cenografia, iluminação e sonoplastia, agora se juntam a representação, cumpre com toda a originalidade e abre uma janela para que se possa vir a criar uma outra forma de fazer teatro ou fazer fado, já que ambos se unem pela forma de expressão relativamente à interpretação da poesia.
A Voz e A Alma – Coliseu do Porto