A luta contra o cancro é frequentemente associada a palavras como dor, perda e medo. No entanto, o mais recente livro de Joana Mota de Freitas e Sónia Rego, intitulado “Que Sorte é Ter Cancro”, desafia-nos a encarar essa realidade de uma forma completamente diferente. Publicado pela Lisbon Press, o livro convida o leitor a olhar para o “copo meio cheio” e a encontrar luz nas histórias de superação e amor compartilhadas por pacientes e cuidadores que enfrentaram a dura realidade de um diagnóstico oncológico.
O título, provocador e intrigante, pode inicialmente causar estranheza, mas é justamente essa desconstrução de conceitos que faz da obra uma leitura impactante. Ao longo das páginas, as autoras apresentam uma coletânea de histórias na primeira pessoa, onde resiliência, coragem e amor são os principais protagonistas. Mais do que relatar batalhas contra a doença, o livro transmite a ideia de que a experiência de viver com cancro pode despertar uma nova perspetiva sobre o que realmente importa na vida.
As emoções apresentadas são um reflexo da complexidade da condição humana: surpresa, dor, esperança e aceitação. O leitor é conduzido por uma jornada de autodescoberta e celebração do presente, mesmo quando a inevitabilidade da finitude se aproxima.
Joana Mota de Freitas, psicóloga, escritora e mãe, traz para o livro uma visão profundamente pessoal. Licenciada em Psicologia e com uma vasta experiência em Neuropsicologia Clínica, Joana também é mãe de três filhos, um deles portador da Síndrome de Asperger. Essa vivência única inspirou-a a explorar as adversidades como oportunidades de crescimento. No livro, a autora partilha como os desafios enfrentados com o cancro e outras dificuldades na sua vida pessoal a ensinaram a valorizar cada momento.
Por outro lado, Sónia Rego, médica oncologista há mais de 20 anos, adiciona uma dimensão prática e profundamente humana à narrativa. Com uma carreira marcada pela dedicação a pacientes oncológicos e pelos seus esforços em causas humanitárias, Sónia oferece uma perspetiva honesta sobre o impacto emocional e psicológico do cancro, tanto para os pacientes como para os profissionais de saúde. O seu trabalho na Associação de Doentes Europacolon é mais um testemunho da sua dedicação em criar um espaço de apoio e compreensão para quem enfrenta essa doença.
Antes mesmo do lançamento oficial do livro, as autoras participaram de uma entrevista no Porto Canal, onde partilharam as suas motivações e a experiência de escrever “Que Sorte é Ter Cancro”. Durante a conversa, Joana e Sónia abordaram temas como o impacto emocional do diagnóstico, o papel do otimismo no tratamento e a importância de encontrar beleza e sentido na adversidade.
Confira o vídeo da pré-apresentação no Porto Canal:
“Que Sorte é Ter Cancro” é mais do que um livro: é uma ferramenta de transformação. Ele não apenas relata histórias de superação, mas também inspira o leitor a encontrar força nas adversidades e a cultivar a gratidão pelo presente. Em tempos em que o cancro é uma das principais causas de morte em todo o mundo, esta obra surge como uma fonte de esperança e empatia, ajudando a desconstruir tabus e a promover uma visão mais humanista sobre o tema.
Seja você um paciente, cuidador, profissional de saúde ou apenas alguém em busca de inspiração, este livro oferece uma nova perspetiva sobre a vida e a inevitabilidade da finitude. Como afirmam as autoras, é nos momentos mais difíceis que podemos encontrar as maiores lições de amor e humanidade.
“Que Sorte é Ter Cancro” está disponível em formato físico e digital, podendo ser adquirido através da Atlantic Bookshop no seguinte link: https://www.atlanticbookshop.pt/lisbon-press/que-sorte-e-ter-cancro.
Uma obra que promete emocionar e transformar, revelando que até nos momentos mais sombrios é possível encontrar luz.
