TARTUFO no MOSTEIRO S. BENTO
TARTUFO no MOSTEIRO S. BENTO
29 set – 10 out
Há um Molière que subitamente se atravessa no caminho do Teatro da Garagem. Uma alegre anomalia, isto se pensarmos que a companhia não pratica um teatro de repertório, escorando antes a sua identidade artística nos textos do dramaturgo e encenador Carlos J. Pessoa. E porquê Molière? E porquê Tartufo (1664), uma das suas mais cáusticas comédias, onde se joga a revelação da verdadeira identidade de um impostor e falso moralista? Digamos que a Garagem quis conjugar o verbo “tartuficar” – cuja origem remonta a 1669 e significa “enganar por meio de fingimento ou hipocrisia” – no presente do indicativo, declinando-o contra o pano de fundo da era das “fake news, da adulteração dos factos, da radicalização de posições, do colapso e da miséria”. Carlos J. Pessoa situa este Tartufo na margem de um lago aparentemente aprazível, lugar que se revelará, afinal, um charco infestado de pragas desconhecidas, habitado por personagens que aos poucos vão revelando a sua decadência e vulnerabilidade. O descalabro, sabemo-lo bem, é uma das estratégias retóricas (e de combate político…) dos espetáculos da Garagem. “Haverá saída do pântano? Desmascaremos os Tartufos. Ponhamos alguma decência nisto tudo.”
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TARTUFO no Mosteiro S. Bento
EXTO MOLIÈRE ENCENAÇÃO CARLOS J. PESSOA
MÚSICA E SONOPLASTIA DANIEL CERVANTES CENOGRAFIA E FIGURINOS SÉRGIO LOUREIRO DESENHO DE LUZ NUNO SAMORA ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO ANA PALMA DIREÇÃO DE PRODUÇÃO RAQUEL MATOS PRODUÇÃO EXECUTIVA E COMUNICAÇÃO JOANA RODRIGUES
INTERPRETAÇÃO ANA PALMA, FERNANDA NEVES, JOÃO CACHOLA, RITA MONTEIRO, SÉRGIO SILVA E SÍLVIO VIEIRA
COPRODUÇÃO TEATRO DA GARAGEM, TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO
APOIO CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, EGEAC, JUNTA DE FREGUESIA DE SANTA MARIA MAIOR
DUR. APROX. 1:40