
Se isto fosse um paraíso feito de nada
Enquadrado no processo revolucionário iniciado em 1974, o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) promoveu uma via alternativa para a resolução das carências de alojamento das classes populares, através da transformação e melhoramento dos seus bairros degradados. De Norte a Sul do país, moradores, quadros técnicos e entidades locais e estatais procuraram, num esforço intensivo e coletivo, dar voz, casa e cidade aos sectores mais marginalizados da população.
Quase cinco décadas depois, qual foi o destino das 75 operações construídas no âmbito deste programa? Segundo uma perspetiva ancorada nos moradores dos bairros, pretende-se reconhecer as camadas estratigráficas que compõem as formas de vida em comunidade e a partir destas evidenciar uma multiplicidade de conflitos, afinidades, contradições e solidariedades. Apresenta-se um trabalho em progresso que é composto por um conjunto de fotografias dos bairros e excertos de entrevistas a moradores na atualidade, bem como por parte de um arquivo referente ao processo desenvolvido numa das primeiras operações SAAL a tomar a dianteira após o 25 de Abril, a operação da Maceda no Porto, procurando refletir sobre as expectativas projetadas e sobre o que destas se viu ou não viu cumprir.
Projecto: uma arqueologia da utopia https://anarchaeologyofutopia.com/
Ana Catarina Costa, Francisco Ascensão, João Paupério, Maria Rebelo
Fotografias: Francisco Ascensão
Design: Irina Pereira, Miguel Almeida
Apoios:
Câmara Municipal do Porto (Projeto Pláka, Ágora – Cultura e Desporto, E.M);
Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto;
Fundação para a Ciência e Tecnologia;
República portuguesa, Direção Regional de Cultura do Norte, Casa das Artes.