REBENTO – Teatro Helena Sá e Costa

Damos por nós iluminades pelas partículas de luz que, do escuro desta nuvem de fumo, cristalizam a nossa memória. Estamos preses ao bombardeamento da serra, nossa casa. A ferramenta pastoril virou arma, da imaginação gerou-se nervosismo e da fome antecipação. Apesar dos corpos à minha volta serem muitos, a vida é cada vez mais escassa. Contudo o vento ainda carrega as partículas de minério que, espalhadas pelo ar, transportam a ideia do nosso reencontro.

O que resta depois da destruição? “REBENTO” acompanha a metamorfose de dois corpos que partem de um estado de alienação e lutam para encontrar espaço para a sua própria vontade e finalmente ver o outro. Inspirado pela ameaça real de prospeção mineira na Serra da Argemela, “REBENTO” combina técnicas de iluminação, som, vídeo e corpo em movimento de forma a criar um cenário futurista que inspira à reflexão sobre tecnologia, o papel de uma ferramenta, e o destino das relações após um colapso sistémico.

FICHA ARTÍSTICA
Criação: Mário M. Fonseca
Interpretação: Francisco Oliveira e Matilde Tarrinha
Participação em processo: Andreia Alpuim
Sonoplastia e Vídeo: Mário M. Fonseca
Desenho de Luz: Mário M. Fonseca e Leonardo Calvino
Figurinos: Mariana Barbosa
Produção: Gisela Ferreira
Apoios: Opala – Academia de Dança e Belas Artes; Sekoia – Artes Performativas; Corpo Raiz
Agradecimentos: Mariana Alves, Eríc Santos, Ana Lopes