Luas Novas – Ana Mariz

Movimentando-se entre a cinematografia e as artes visuais, Ana Mariz (Barcelos, 1992) estudou cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Praga e em Barcelona. “Vigília”, o seu primeiro filme, estreou no IndieLisboa em 2016 e, a par do documentário “Infância, Adolescência, Juventude” (2018), de Rúben Gonçalves, influenciou profundamente a sua sensibilidade para a iluminação e o enquadramento.

Ao longo dos anos, trabalhou em diversos filmes que foram exibidos em festivais em todo o mundo como “Fauna” (2017) e “A Rainha” (2017) de Lúcia Pires, “Timkat” (2021) de Ico Costa ou “Prospect Park” (2022) de Francisco Valente. Nestes filmes, assume a direção de fotografia, função que volta a ocupar em “Silvestre” (2021), de Rúben Gonçalves, e “Nobody” (2023), de Marcela Jacobina. A curta-metragem “Matilde Olha Para Trás” (2021) é o segundo filme com Ana Mariz no papel de realizadora.

A abordagem multidisciplinar que pauta o seu trabalho já deu origem a colaborações com os compositores de música clássica Jaime Reis e Nuno da Rocha, os artistas Joana Patrão e Pedro Huet, as companhias de teatro SillySeason e Primeiros Sintomas e com marcas de moda como Marques’Almeida e Gräffenberg. Em paralelo com a sua prática artística, Ana Mariz escreve e ensina.

“Nobody”, de Marcela Jacobina Escrito, realizado e protagonizado por Marcela Jacobina, “Nobody” acompanha uma camgirl cujo avatar é uma doce e provocante boneca mas que, por detrás dos filtros coloridos do digital, tem dificuldade em sair à rua e manter relações. Quando começa a desabafar com o seu cliente mais querido, fica encurralada entre os seus problemas reais e a sua persona online e vê-se forçada a escolher uma identidade. Configurando uma espécie de anti–conto de fadas para a era das redes sociais, a curta-metragem conta com direção de fotografia de Ana Mariz.

“Silvestre”, de Rúben Gonçalves Exemplo de realismo social puro e duro, “Silvestre” conta a história da personagem que lhe dá nome, um rapaz de Lisboa que se encontra num limbo, com uma situação laboral precária e um poiso doméstico precário, e cuja vida tem uma faceta escondida, que revela a poucos. Entre duas noites de desencontros e duas madrugadas (e duas lutas), o protagonista é lançado ao vento dos afetos à procura de um lugar, refletindo a realidade de um grupo de amigos e de um tempo que passa. Ana Mariz assina a direção de fotografia.

“Matilde Olha Para Trás”, de Ana Mariz Estreado no Curtas Vila de Conde, o segundo filme de Ana Mariz acompanha Matilde, uma menina de seis anos que brinca numa propriedade agrícola, imaginando estar noutro espaço. Sem companhia para brincar, Matilde não compreende os adultos nem as suas preocupações e cria um mundo próprio onde tudo é perfeito como no cinema, por isso maquilha-se, pinta as unhas e veste roupas excêntricas para dar asas à imaginação. “Matilde Olha Para Trás” configura um olhar atento e sensível sobre a infância e a sua importância enquanto agente de transformação do mundo.

Luas Novas – Ana Mariz