
Exposição individual de Miguel Neves Oliveira & “Sedimentação do acontecimento”
“Vivemos no ato constante da respiração, inspiração/expiração, sístole/ diástole, o coração do mundo que não pára de bater, progredimos no Universo desconhecido.
Acordamos com o ar fresco da manhã, renovados, lavados, preparados para sedimentar acontecimentos, expandimos pensamentos, sentimentos, e contraímos outros tantos em constante transformação.
Nós, seres vivos, vivemos em bolhas quentes como o Sol, ou frias como o buraco negro. Temos tudo isso dentro de nós.
A oxidação do ferro, as cores da madeira aproximam-nos do solo, da terra que nos viu nascer e que nos há-de comer. E de tanto comer e de tanto respirar, todos juntos sedimentamos ao longo do eterno tempo, ficando pedra.
A pedra que nos sustenta, mas que volta a ser areia fina do mar que se expande como o vento.
Em águas profundas e turbulentas procuramos, por vezes, a calma para nos podermos banhar e saborear por breves momentos, a sedimentação do acontecimento.”