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Exposição de Alberto Péssimo “O Pão e a Culpa” na Cooperativa Árvore

A Cooperativa Árvore inaugura no dia 9 de Setembro, às 16h30, a Exposição “O Pão e a Culpa” do artista plástico Alberto Péssimo.
A Exposição tem a curadoria de Mário Bismarck (artista plástico, professor e investigador do I2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade) e a coordenação de Nuno Higino, escritor e professor de Estética e História da Arte.

Alberto Péssimo é o pseudónimo de Carlos Dias (uma homenagem ao seu avô cuja alcunha era “Péssimo”). Nasceu em Moçambique em 1953 e formou-se em Artes Plásticas na Escola Superior de Belas Artes do Porto.

Segundo Bismarck, “em Alberto Péssimo, assim como nos grandes desenhadores, o desenho não é um “estilo”, é uma necessidade e uma urgência, ultrapassando a estabilidade (e a âncora) de um modus operandi, de um procedimento certeiro. O desenho, os desenhos, sucedem-se e apresentam-se nas antinomias dos contrastes: pequenos e grandes, simples e complexos, lineares e de manchas, contidos e exuberantes, frágeis e imponentes.
O desenho apresenta-se assim sem estilo: a emergência do que se “diz” ultrapassa a apaziguada pacata coerência. É talvez esta uma das suas forças: a possibilidade de ser e exercer, tal como o humano, a incoerência. Há também quem chame à incoerência indisciplina… e eu gosto.”

Para Nuno Higino, coordenador da Exposição, “Alberto Péssimo tem, como os grandes artistas, uma sensibilidade para o que é arcaico, ‘anterior’ à racionalização. Há nessa sensibilidade uma certa violência, a exposição exacerbada dum golpe, como parece visível em alguns dos desenhos desta exposição. Ele sempre andou por perto do teatro…mas também da poesia. Há lugares donde se vê melhor o tabernáculo onde a cena acontece pela primeira (e última) vez. Não são necessariamente lugares elevados. São, em qualquer caso, lugares ancorados num rochedo profundo.”

A Exposição vai estar patente até 7 de Outubro com entrada gratuita.

BIOGRAFIA:

ALBERTO PÉSSIMO
UM CONTADOR DE HISTÓRIAS

Carlos Dias nasceu na Ilha de Moçambique em 1953 e aí viveu os primeiros oito anos.
Veio a primeira vez a Portugal para iniciar os estudos primários, com 8 anos, passando a viver na Benfeita, Arganil.
Fez os estudos básicos e preparatórios entre a Benfeita e Coimbra e depois ingressou na Escola de Belas Artes do Porto. Começou aí a sua paixão pelo Porto. Até hoje.

Como pintor, adoptou o nome Alberto Péssimo, em homenagem ao avô paterno.

Não é fácil enumerar as exposições que foram dedicadas à sua obra. Não porque tenham sido muitas, mas, em boa parte, porque nunca sentiu um grande apelo da disciplina do trabalho (importante para organizar as exposições) nem da vaidade de mostrar o que faz.

São citadas apenas algumas. Porque foram realmente importantes e porque, num ou noutro caso, é possível localizar alguns trabalhos então expostos.

Em Março de 1983 encontramos a referência a uma exposição de pintura de Alberto Péssimo na Árvore e não é referido o título.
Em 1990, em Outubro, ainda na Árvore a exposição Pedra de Canto.

Em Janeiro de 2001, sempre na Árvore, a exposição Urgência só para gastro – pode ser o último, Mãe. Esta exposição consistia num painel de tecido estampado, com 14×2,5 m.

O caso talvez mais notável acontecerá no ano seguinte, 2002, com a exposição Coração das Tripas. Desta exposição, ainda é possivel localizar alguns exemplares, ao contrário de que acontece com muitas das exposições anteriores.

No catálogo duma outra exposição, chamada Campos de Batalha (Esteta Galeria, 2003), as imagens dos quadros são intercaladas com poemas seus e de Regina Guimarães.

Ainda nos anos 80 do século passado orientou cursos de teatro de bonecos e de construção de máscaras. O teatro de bonecos é outra das suas paixões. Recentemente escreveu e ilustrou Tesourinhas, publicado na Letras e Coisas em 2021.

Em Abril de 2017 assinou os cenários de Os Cegos, de Maeterlinck, uma representação às escuras e interpretada por refugiados do Nepal, do Paquistão e do Congo, acolhidos na região de Braga. Trata-se duma peça notável, até pelo seu tamanho: 12,60x 3,66 m. Este painel monumental foi mostrada na sua exposição Árvores que teve lugar no Tribunal da Relação do Porto de Novembro 2021 a Janeiro de 2022.

2017 foi o ano de 3 exposições muito significativas, agrupadas sob o título comum Ossos de Ofício: uma na Galeria Municipal de Matosinhos, com o sub-título Fogo no Paiol; outra na Misericórdia do Porto, subintitulada Sonhar a Bíblia. Alguns dos quadros deste exposição estiveram expostos um anos antes.

2016, em Marco de Caneveses (Centro Pastoral) sob o título A Tua Paz é como um vento forte; finalmento no Lugar do Desenho-Fundação Júlio Resende a exposição com o subtítulo Lavoura. Estas exposições iniciaram formalmente uma parceria entre Alberto Péssimo e a Letras e Coisas.
Ainda em 2017, no final do ano, deve assinalar-se a exposição de desenhos de grande dimensão Húmus no Espaço Miguel Torga, em Sabrosa.

À cerâmica também está habitualmente na sua obra, quer em painéis de azulejos, quer noutro tipo de peças. São exemplos relativamente recentes a exposição de pratos pintados na Cooperativa Árvore (2009) e de escultura cerâmica, com Isabel Amaral, em Felgueiras (Casa do Cruzeiro, 2015). Em 2017, no Marco de Canaveses (Galeria do Centro Pastoral), a exposição Mater, inaugurada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A produção de livros-objecto e de outras realizações gráficas são constantes no seu percurso. São incontáveis as ilustrações e capas para livros por ele efectuadas. Também a sua dedicação à Editorial Moura Pinto lhe permitiu participar na publicação de livros, plaquetes e folhetos, na organização de exposições e de muitos eventos de dinamização cívica e cultural na sua região natal.

Em 2023 participou com 2 livros-objecto na exposição Registo Íntimo, integrada nas Correntes D’Escritas (Póvoa de Varzim) e que esteve patente na Biblioteca Rocha Peixoto.

As histórias que constrói e as que conta são a sua vida e a vida da sua pintura.

Nuno Higino

Data

09 Set 2023 - 07 Out 2023
Desde

Hora

16:30 - 18:00

Localização

Cooperativa Árvore
Rua Azevedo de Albuquerque, nº 1 | 4050-076 Porto
SPIRITUS - Igreja dos Clérigos
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