
CRU + RETRATO, de Carlos Ruiz Carmona
O realizador Carlos Ruiz Carmona, nascido em Espanha mas sediado no Porto, apresenta, na Casa Comum, nos meses de março e abril, duas das suas obras cinematográficas, CRU e RETRATO.
A entrada é livre, limitada à lotação da sala.
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24 MAR’23 | 21h30
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24 MAR’23 | 21h30
CRU (2017), Portugal, 2h28
Classificação etária: M/18*
Há compaixão, desonestidade, engano, violência, mentira, traição, piedade, perda, ruína, amargura. Há uma imensidão de feridas abertas nos corpos prematuramente envelhecidos, caídos, prostrados, doentes. Há julgamentos apressados, ilusões adiadas, enganos compartilhados. — Senhor que estais na Cidade tende piedade de nós! E disse o Senhor: — Ide e levai a minha compaixão!
Crú é um filme documentário português na sua imensa universalidade de sentimentos. Construído de micro-narrativas íntimas quase sempre de relações entre pessoas e instituições, é um mosaico de casos, episódios, cenas, quadros-vivos, duelos entre o Rendimento Social de Inserção e o Orçamento de Estado, entre a Lei e razão, entre o vício e o amor, às vezes entre a vida e a morte. Micro-narrativas sucessivamente justapostas apenas pela vontade do homem da máquina de filmar, sem relação de continuidade narrativa entre si, como numa exposição de fotografias. Na condição de espetadores de cinema olhamos os retratos que vão passando, construindo nós mesmos, afortunados que somos, a qualidade ética e moral da parede que os segura.
Que civitas é esta que nos é mostrada durante 150 minutos? Que lugar é este em fundo? Como servir a narrativa dos homens e mulheres deste Porto que não atravessam o rio? Sirva-se crú.
*NOTA: Este filme contém cenas chocantes que podem ferir a suscetibilidade dos espectadores mais sensíveis.
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14 ABR’23 | 21h30
RETRATO (2004), Espanha, Portugal, 82′
Classificação etária: M/16
Fotografias de família, memórias, paisagens e cenas da vida quotidiana constituem o retrato de uma forma de viver, de uma atitude perante a vida.
Retrato de uma geração onde o casamento era “até que a morte nos separe” e de uma época de miséria e opressão marcada pela herança da Guerra Civil Espanhola.
Retrato do homem e da mulher, do pai, da mãe e do filho, das suas preocupações, das suas esperanças, sonhos, vivências e sentimentos.
Retrato da identidade, da origem, da memória, da vida como um quebra-cabeças por decifrar.
Retrato do homem e da mulher, do pai, da mãe e do filho, das suas preocupações, das suas esperanças, sonhos, vivências e sentimentos.
Retrato da identidade, da origem, da memória, da vida como um quebra-cabeças por decifrar.
Um Retrato, às vezes confuso, desfocado, meio apagado, como recordações onde questionamos o passado, o presente e o futuro, no contínuo debate sobre a própria vida.
Damos muitas voltas, mas há questões que permanecem: afinal, quem somos? E por que somos assim?
+ INFO: https://fronteirafilmes.pt/
CRU + RETRATO, de Carlos Ruiz Carmona
Lembro dos tempos de liceu quando todos fazíamos fila para ver os “Pink Floyd: The Wall” ou o “Dead Poets Society” (filmes icónicos badalados pela pertinência tema). “CRU” é do nosso século ( 2017 ) e exibe de forma inovadora uma representação “hiper-realista” em lógica imbricada a manta de retalhos da CRUa realidade a que muitos estão alheios. Deveria ser de visualização académica obrigatória e acompanhada de intensos debates com vista a uma sociedade mais sensata.