Cinema de Bairro | Filme Minnie e Moskowitz, de John Cassavetes

Minnie, uma curadora de um museu, deprimida e insegura depois de ter sido abandonada numa relação, interroga-se se voltará a encontrar o amor. Um dia conhece Seymour, um empregado de um parque de estacionamento, um homem descomedido e espontâneo que se apaixona perdidamente por ela. Apesar das suas inúmeras diferenças, floresce um romance inesperado entre os dois.
Sobre o filme, Cassavetes disse ser uma espécie de conto de fadas, dedicado a todas as pessoas que não se casaram com a pessoa com quem deveriam. Cada filme seu é sempre sobre pessoas comuns, com virtudes e defeitos, às vezes incómodas e pouco agradáveis, por vezes em situações lamentáveis que tentam superar o melhor que podem. Se este filme em particular não é mencionado como um dos seus mais marcantes, é, porém, um dos mais envolventes pela espantosa representação e direção de atores. Como é recorrente em Cassavetes, a câmara instável segue os personagens, casualmente como num documentário, registando o mais possível cada improviso nas encenações, à procura de autenticidade na performance, nova, contraditória e desafiante num cinema – também novo — que ora se vislumbrava.