
António Cândido Franco no Gato Vadio
O escritor António Cândido Franco vem ao Gato Vadio no sábado, 28 de Outubro, pelas 17h. Fá-lo a pretexto da publicação de um ensaio sobre as origens do neo-realismo (“Ferreira de Castro, João Evangelista Campos Lima e o neo-realismo português”, Barricada de Livros, 2023), mas o nosso convite estendeu-se a uma conversa sobre o seu percurso literário, político e filosófico. Assim, para além do ensaísta, do poeta e do romancista, convidamos também o não-violento, o libertário, que é há mais de uma década o director da revista libertária “A Ideia”, e o cultor multiforme da criatividade do sonho.
António Cândido Valeriano Cabrita Franco, que assina António Cândido Franco, nasceu em Lisboa em 1956 e cresceu num dos mais vetustos bairros da cidade, a Graça. Aos sete anos foi aluno de Alice Gomes e doze anos depois foi aluno de José Gabriel Pereira Bastos, o único professor da Faculdade de Letras de Lisboa que o marcou. Começou por se dedicar ao estudo dos autores que fizeram o movimento da Renascença Portuguesa (1912-1932) para se dedicar depois aos do surrealismo em Portugal. Os trabalhos que fez sobre Teixeira de Pascoaes tiveram como preocupação destacar a relação privilegiada deste poeta com o surrealismo português. Responsabilizou-se pela edição de autores como Fialho de Almeida, Teixeira de Pascoaes, Mário Beirão, Jaime Cortesão, João Lúcio, Américo Durão, Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Luiz Pacheco e António José Forte. Escreveu biografias de Agostinho da Silva (2015), de Mário Cesariny (2019) e de Luiz Pacheco (2023). Escreveu ainda alguma poesia, algum teatro (este sobre Florbela Espanca) e alguns romances históricos sobre as figuras trágicas da história portuguesa. Escreve desde 1979 na revista de “cultura libertária” A Ideia, que se publica desde 1974, e que passou a coordenar, editar e dirigir (por força da lei) em 2012. Nesta revista colaborou ainda toda a velha guarda sobrevivente do anarco-sindicalismo da primeira República (Emídio Santana, José Francisco, Francisco Quintal, Artur Modesto, Reis Sequeira, José de Brito, Moisés Silva Ramos e outros) e nela estiveram ainda presentes alguns dos que deram corpo ao surrealismo português (Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Mário Botas e outros). Há mais de quatro décadas que está ligado ao ensino público, sobretudo na universidade de Évora, onde se esforça por desaprender muito do que lhe ensinaram.
António Cândido Franco no Gato Vadio