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Música Contemporânea Pré/Pós 25 de Abril
MÚSICA “CONTEMPORÂNEA” PRÉ/PÓS 25 DE ABRIL
A cena musical em Portugal durante o regime do Estado Novo esteve condenada ao empobrecimento, muito em resultado de políticas de desinvestimento institucional, de atrofiamento dos programas de ensino musical – praticamente reduzido a um ensino técnico -, e da implantação de lógicas de acessibilidade fortemente conservadoras.
O interesse do Regime pela música era diminuto, centrando-se de forma pragmática na simplificação do folclore em formas de música popular que simbolizassem o nacionalismo e a tradição rural, e na repetição dos temas clássicos mais conhecidos, nomeadamente sinfónicos e óperas, com concertos acessíveis apenas às classes sociais altas.
A renovação criativa era reprimida, tudo o que pudesse levantar questões era silenciado, e as intenções sociais e políticas dos compositores e artistas eram fortemente escrutinadas e censuradas. Apenas nos anos 1960 se começaram a sentir ventos mais consistentes de mudança, muito em resultado do trabalho desenvolvido pela Fundação Calouste Gulbenkian e dos contactos que alguns compositores e músicos, vários deles exilados, começaram a manter com os desenvolvimentos musicais em importantes escolas e centros europeus.
No entanto, não será possível afirmar que a Revolução de Abril e os anos que imediatamente se lhe seguiram tenham assistido a um aumento da produção de música de vanguarda. As atenções então quase todas viradas para a música de intervenção política e social, as discussões culturais capturadas por discursos e ações partidárias – sendo que muitos músicos eram comunistas militantes -, e a crise económico-financeira que se seguiu à revolução, contribuíram em grande medida para um bloqueio e até retração dos progressos.
Mas, inevitavelmente, a liberdade conquistada acabou a abrir caminhos e, assim que as instituições democráticas se estabilizaram e com o regresso a Portugal de vários compositores nacionais, o lugar das vanguardas musicais foi sendo consolidado.
O programa deste concerto inclui obras de alguns dos protagonistas desta história, do lado da inovação e da liberdade criativa.
Programa:
- FILIPE PIRES (1934-2015)
- LITANIA [1972] 15’
- ÁLVARO SALAZAR (1938)
- PALIMPSESTOS II [1967/74]
- CÂNDIDO LIMA (1939)
- METEORITOS [1973] 12’
- AMÍLCAR VASQUES DIAS (1945)
- RAIZ [1977] 13’
Artistas:
- Ricardo Carvalho > Flauta
- João Casimiro Almeida > Piano
- Diana Ferreira > Direção artística
Produção:
- Arte no Tempo
- Fundação de Serralves
Data: 19 de Maio Hora: 18:00 Bilhetes: 7,50€; Estudante/Jovem, maiores de 64 e Amigos de Serralves: 3,75€ Local: R. D. João de Castro, 210
Música Contemporânea Pré/Pós 25 de Abril