JOÃO PENA
“João Pena” é o nome suposto, o “nom de plume” enfim, usado não para ocultar uma identidade, mas para separar o “eu lírico” ou “eu poético” do autor, Henrique Cascão. Depois de no outono de 2021 ter vindo a lume a sua primeira obra poética (“O Tabagista Só”) que se subtitula, em jeito de rótulo identitário, como “lírica inconjugada”, neste seu segundo livro João Pena, para além da feição mais lírica com que se revelou na sua obra de estreia, consegue aqui deixar-nos outra faceta: pontos de reflexão concisa numa época de tanto relativismo e liquefeitas incertezas: tudo num estilo formal que vai lembrando, em fusão mais pessoal, as velhas cantigas d’amigo, os simbolistas e algo do modernismo de novecentos, mas sobretudo fazendo uma nada esperada incursão à antiguidade latina, trazendo à memória o seu modo sincopado e despido de versificar.